A humanidade caminha sempre ditando padrões e aqueles que não se identificam com eles são normalmente vítimas de preconceito. Este se manifesta de muitas formas, as mais comuns são em relação à raça, religião, opção sexual e condição social.
O preconceito parte sempre de um estereótipo, uma generalização superficial a partir de uma característica, está baseado na aparência e na empatia, ignora a dignidade. Além disso, não está embasado em um conhecimento ou experiência real, mas em uma ilusão, generalização ou crença sem fundamento.
O mais preocupante é que no momento em que vivemos os valores éticos, morais e sociais vêm sendo distorcidos, muitos comportamentos que trazem prejuízos e graves consequências são naturalmente aceitos, como determinar a capacidade de uma pessoa pela sua condição econômica ou não questionar uma injustiça praticada por alguém que possua status.
Em contrapartida, é possível que alguns considerem preconceituoso não aceitar com naturalidade uma traição em um relacionamento, afirmando que "talvez ele (a) esteja insatisfeito, precisando se sentir feliz", como se isso pudesse justificar uma desonestidade ou mentira, apenas porque esse comportamento está dentro dos padrões aceitáveis.
Pensando sobre essa inversão de valores, gostaríamos de destacar algumas atitudes curiosas e comuns em nossa sociedade que passam despercebidas e agridem gravemente a dignidade humana.
São alguns exemplos: afirmar que todas as pessoas provenientes de uma favela ou de determinados bairros são bandidos, excluir um colega de excelente caráter de um grupo porque ele não usa marcas caras, acreditar que uma pessoa com capacidade de aprender não seja inteligente por não se interessar pelas novas tecnologias, ter total convicção de que todas as pessoas que frequentam igrejas são alienadas, atribuir um salário menor a uma profissional do sexo feminino que substitui um homem.
É claro que todas as formas de preconceito ferem a dignidade humana, mas as "atuais" refletem que inconscientemente estamos criando espaço para a disseminação de comportamentos preconceituosos, e pior, acreditando que avançamos na superação deles. Enquanto a ciência avança na expansão do conhecimento, a humanidade ainda é regida por padrões sem nenhum fundamento.
O mais interessante é que ao observarmos quem os pratica, descobrimos que muitas vezes são pessoas consideradas "antenadas", que parecem atualizadas, ligadas aos modismos, sabem o que dizem e podem ser imitadas.
Se desejamos uma sociedade mais justa e igualitária, temos que rever nossos valores, pois eles são determinantes de preconceitos.
Diante dessa realidade é importante pensar, entre o ter, o poder e o ser que são três grandes que valores orientam nossas escolhas, qual direciona a sociedade atual e qual deles guia a sua vida?
A intolerância é responsável por muitas desavenças, guerras e atrocidades ocorridas na história da humanidade. Jesus Cristo foi vítima de preconceito. O preconceituoso é o intolerante, é aquele que exclui e não sabe se relacionar com o que considera diferente ou menos importante.
Acreditamos que a mudança só é possível através da educação. É necessário ensinar nossas crianças que elas são iguais a todos, nem piores ou melhores, por isso devem respeitar seus semelhantes.
Como afirmou Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e se podem aprender a odiar podem ser ensinadas a amar".
Sabemos que as crianças aprendem a partir não só do que dizemos, mas das nossas atitudes. O que estamos ensinando para as novas gerações que condenamos? Com quem elas têm aprendido repudiar as pessoas?
(Texto feito por: Gabriel Lins e Gustavo Andrade.)
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